quinta-feira, 15 de março de 2012

O medo e o senso de preservação.

Alô, e você?

Eu me considero uma pessoa medrosa. De verdade.

Ultimamente tem chovido muito na cidade de São Paulo. É muita água que cai desse céu cinzento, que fica até preto nalgumas oportunidades.
Não é uma simples chuva. Chuva não intimida. Mas essa que tem caído, ou melhor, que tem sido arremessada sobre a capital, me faz cagar. É algo inatural, grotesco e de extrema esquerda. Tempestade!

Meus amigos. Nunca tive medo de chuva. Aliás sempre gostei muito da chuva, especialmente quando era mais novo. Mas agora, depois de crescido, cheio de responsabilidades de gente adulta, eu me derreto de medo quando fico sabendo que vai chover.

Não é brincadeira, gente. A chuva vem prá fazer você sentir mais impotente do que de fato já é. E eu fico apavorado com essa sensação.

Não é medo molhar-se ou de perder o trem. É o fato da chuva conseguir reduzir sua qualidade de vida. Você tem a possibilidade de perder tudo o que conseguiu na sua vida depois de um toró de 5 minutos.

Como não ter medo disso?

Mas não tenho medo apenas da chuva.

Tenho medo de altura. Tenho medo de extraterrestres. Tenho medo de lesma. Medo de água viva.

Sinto medo de quase tudo na verdade, em intensidades diferentes.

Mas eu não tenho vergonha em ser medroso. Faço questão que todos saibam.

Isso por que acredito que meu medo está aliado ao meu senso de preservação. O meu medo me transforma automaticamente num sobrevivente, pois o segredo não está na forma como você enfrenta o perigo, e sim na forma como você sobrevive a ele. E o medo faz que você seja mais comedido e cauteloso.

Não é tudo nessa vida que você tem que bater de frente.

Você realmente acredita que pode enfretar um urso pardo cara-a-cara com uma faca de combate? Poxa vida! Vá em frente amigão! Eu fico aqui cuidando das crianças e das mulheres.

Muita gente perde a noção do que elas podem ou não enfrentar. Temeridade é uma virtude perigosa se não é usada com sabedoria. E além disso, oque as pessoas querem provar em atos de coragem? Seria uma reafirmação de masculidade e capacidade? Seria uma forma de demonstrar invulnerabilidade? Sei lá!

Só sei que o medo não é uma coisa ruim. Ele é um alerta natural de perigo iminente. E não precisa necessariamente estar ligado ao irracional. É apenas preciso saber quando explorá-lo.

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